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Adeus Ano Velho!

Todo fim de ano eu escrevo uma cartinha pro Papai Noel. Mas, como estou exausta, estou com zero de saco, zero de paciência e zero de inspiração para manter essa tradição em 2023. Preciso descansar de tudo, inclusive de mim.

 

Transcrevo aqui no caderninho da alma chamado cartas pra mim mesmaas palavras de Nizan Guanaes, adaptadas ao meu sentir. O texto/bafo/desabafo Meus Maus conselhos para o seu ano novo conversou comigo, e me segurando pelos braços deu uma necessária chacoalhada. Também exausto, Nizan é assertivo “de agora em diante ao invés de ser humano, seja só SER. Ser realmente o que você tem vontade de ser”.


Logo cedo tinha visto numa foto-publicação da amiga e poeta @biancaramoneda um guardanapo de vó. Bordado a mão, dizia “Só estou descansando um pouco de ter que ser”. Na legenda: “dentro de cada um de nós existe esse lugar onde podemos descansar dos nossos papéis. Descansar do TER para só SER. Onde abastecemos a paz”. UAU!

À flor da pele, exausta, chorei, suspirei, ri, sorri. Um coquetel de sensações, tudo junto e misturado. Fixei o olhar na singeleza da imagem e sussurrei a mim mesma: preciso pausar, descansar de ter que ser. Dar um recesso a mim mesma.


Por uns dias, desejo não ter que ser nada, apenas e simplesmente o que fizer sentido ou tiver vontade. Usar chinelo, ir de bicicleta na padaria, caminhar na praia. Passar café, deitar na rede. Fazer do tempo o que eu quiser. Jogar canastra nos dias de chuva, pular onda, beber cerveja gelada debaixo do guarda sol. Talvez tricotar as lãs coloridas que adorei/comprei e não tive tempo de tecer, quem sabe bordar umas fotografias também tá na lista de coisas bacanas, mas certo é que vou cantar minha playlist de músicas cafonas, descansar corpo e alma & celebrar as delícias de um tempo livre. Liberdade é coisa boa!

Nesse ano viajei muito, presencial e imaginariamente, a trabalho e a passeio, na direção e na carona, por necessidade e por vontade. Tive de ser muitos papéis. Sem escolha, apenas tive de ser e ponto final.


Mergulhei em lugares que nem sabia existir; de hábitos, crenças, vegetações tão diversos de onde vivo. Abundantes de amor, se é que você me entende. Conheci pessoas cuja riqueza é serem genuínas, sem preocupar-se em ter que ser. Coisa mais linda presenciar isso. Entendi que olhar com minhas próprias lentes é pura riqueza. Por vezes pisei no freio, escutei, observei, percebi meu ritmo. O corpo fala. Segui a estrada, coisas da vida.
Preciso descansar um pouco de ter que ser. Acolher um recuo necessário. Só o dono da casa sabe onde ficam as goteiras, bora identificar as nossas. Elas estão ali, latentes, mas até pra isso precisamos tempo e um generoso olhar.

A vida é valsa, um passo pra frente, dá dois giros, um pé pra lá, outro pra cá. Sigo o baile.

Todo fim de ano eu escrevo uma cartinha pro Papai Noel. Mas, como estou exausta, estou com zero de saco, zero de paciência e zero de inspiração para manter essa tradição em 2023, escrevo ESSA CARTA PARA MIM.

 

Beijos meus!

 

 

Coluna lu gastal publicada no portal @vidasimples - dezembro 2023

 

 

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